Durante o Mobile World Congres, realizado em Barcelona (Espanha) de 27 de fevereiro a 2 de março, apresentaram-se estudos que mostram as barreiras que devem ser superadas para ampliar a conexão à internet na América Latina e Caribe.
A GSMA Intelligence, associação que representa os interesses das operadoras em âmbito mundial, apresentou novos relatórios sobre a banda larga móvel na América Latina e no Caribe nos quais argumenta a necessidade de ampliar a colaboração entre as operadoras móveis e os governos para estender os serviços de conectividade móvel e Internet para a inclusão digital em tais áreas.
Sebastián Cabello, diretor da GSA para a América Latina, defendeu a ampliação do acesso e da cobertura de rede: “A banda larga móvel é o principal meio para oferecer acesso a Internet a preços reduzidos na América Latina e no Caribe. Essa possibilidade gera uma ampla variedade de benefícios socioeconômicos e dá respaldo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”.
Desafios para a inclusão digital
Segundo o relatório, as áreas a melhorar quanto à inclusão digital seriam:
- Carência de conteúdo relevante e impactante: A analítica de tráfico que se reflete no relatório demonstra que menos de 30% do conteúdo que aparece na América Latina e Caribe está traduzido aos idiomas locais. Além disso, grande parte do conteúdo não apresenta as possibilidades e potenciais de impacto que a Internet móvel oferece. Predominantemente, está vinculado ao entretenimento.
- Analfabetização digital: Falta uma educação digital, que faz com que muitos usuários não possam explorar todos os benefícios da Internet.
- Acessibilidade a telefones digitais e tarifas: A redução nos impostos e tarifas, tanto para os consumidores como para as operadoras, poderia melhorar a acessibilidade.
- Cobertura de rede: É necessário cobrir 100% dos territórios, incluindo zonas com baixos índices demográficos. Embora não seja comercialmente viável, poderia ser interessante para acordos entre a sociedade civil, governo e empresas.
Segundo as cifras desta associação, 90% da população latino-americana (571 milhões de pessoas) vive em zonas com cobertura de rede 3G ou 4G, mas só 33% (207 milhões) está subscrito a este tipo de serviços.
Chile e Costa Rica são os países com maior penetração, com 50%, enquanto no outro extremo destacam-se Equador e Guatemala, com 95% de cobertura de banda larga móvel, mas apenas 14% da população usuária.
Estudos publicados em espanhol e em inglês:
“Digital inclusion in Latin America and the Caribbean” – Inglês | Espanhol
“Content in Latin America: Shift to local, shift to mobile” – Inglês | Espanhol
“Closing the coverage gap in Latin America” – Inglês | Espanhol
Fonte:
NEW GSMA STUDIES HIGHLIGHT BARRIERS TO MOBILE BROADBAND ADOPTION IN LATIN AMERICA AND THE CARIBBEAN
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